2010/11/14

Das coligações

O país votou a 27 de Setembro de 2009. A primeira vez, aliás, que eu exerci o meu direito de voto. Dessas eleições, mal ou bem, o PS saiu o vencedor, mais debilitado, mas os outros partidos todos sairam reforçados. A questão é que as pessoas votaram no PS.

O apelo de Luís Amado na entrevista concedida ao Expresso deste sábado veio tarde e a má hora. Veio tarde porque as eleições já foram; veio a má hora, porque uma coligação pós-eleitoral é um insulto na cara dos eleitores.

Os cidadãos, mal ou bem, já o disse, elegeram o PS como vencedor. Não elegeram o PS com o CDS ou o PS com o PSD ou o PS com a CDU ou seja o que for. O que estava no boletim de voto não era Aliança Democrática ou Frente de Esquerda ou Coligação de Salvação Nacional, ou qualquer outra coisa. Não, os partidos foram a votos a solo, à excepção do PCP e do PEV, e é assim que devem continuar, porque é assim que as pessoas votaram neles. Se agora querem uma coligação qualquer, que convoquem novas eleições. Se queriam uma coligação logo ao início, que tivessem convocado eleições logo ao início. As coligações partidárias são democráticas. A CDU, mais antiga coligação que ainda existe, é bem exemplo disso nas letras que a compõem: democrática e unitária. E é assim que todas as coligações devem ser. E devem ser apresentadas na altura dos votos, que é quando interessa. Ou haverá algum tipo de medo?

Sim, porque eu não mordo que os eleitores do CDS votariam numa coligação PS/CDS. Ou que os do PS votassem numa qualquer aliança PS com qualquer partido ou coligação de esquerda. Bem, para começar, o PS precisava, efectivamente, de ser um partido de esquerda. Não aquela coisa mal nomeada que é hoje em dia. Socialista, só se for de nome. E, creio, enquanto não mudar de nome, não consegue a coligação à direita - enquanto não mudar de políticas, não consegue a coligação à esquerda. Simples. Mas só com eleições, se faz favor.

Sem comentários: