2010/10/29

Do JS da JSD

Somos governados (se alguém ainda achar que o somos) por um Governo de direita. A declaração não é nova e já toda a gente a conhece, inclusive dita por mim. Mas sejamos um bocadinho curiosos e, já agora, se der tempo para isso, vamos roçar o cómico.

José Sócrates, primeiro-ministro dos portugueses desde 12 de Maio de 2005, dos XVII e XVIII Governos Constitucionais e secretário-geral do Partido Socialista desde 2004, foi um dos membros-fundadores da Juventude Social-Democrata (organização jovem do PSD) da Covilhã. Mas não gosta que se fale disso, a julgar pela expressão facial que fez quando Judite de Sousa o referiu numa das suas Grandes Entrevistas e na qual houve uma troca de olhares bastante sensual. Ora, o que é que o José Sócrates dos finais dos anos 70 tem que o actual não tem ou vice-versa? Para além de um D a mais no partido a que pertence, dois rebentos que deixa ao mundo e constar "divorciado" no seu BI (ah, não, que agora é Cartão do Cidadão e isso já lá não entra...), rigorosamente nada. O José Sócrates do PSD é o mesmo José Sócrates do PS que hoje, para mal dos nossos pecados, temos. O José Sócrates neo-liberal e capitalista dos idos anos 70 (saudades, malta mais velha?) é o mesmo José Sócrates neo-liberal e capitalista dos dias de hoje, acrescido de mais alguma esperteza e lugares de poder (sei que disto, pelo menos, não vão ter saudades). Aparentemente, José Sócrates é uma espécie de judeu na Segunda Guerra Mundial: uma vez judeu, para sempre judeu - uma vez PSD, para sempre PSD... É que José Sócrates dos anos 70, ao menos não estava no armário - o de hoje está, e (pensa) bem fechadinho, espero que ninguém me veja, ai credo. O pior é que o José Sócrates do século XXI tem as portas escancaradas e continua a esperar que ninguém o veja.

Sem comentários: