A República fez, hoje, 100 anos. A República Portuguesa, entenda-se. Confesso que, enquanto efeméride, me passou completamente ao lado. Se acho melhor a República que uma Monarquia? Acho, acho sim senhores. A indigitação de um governante só porque é filho de alguém que, até morrer, foi regente, é, por muita constituição que lhe botem em cima, demasiado absolutista para a minha cabeça compreender como é que alguém pode apoiar tal bicho estranho. Foi apoiado durante demasiados séculos e, cheira-me, só se manteve por esse tempo todo por causa do apoio incondicional da Igreja. Mas, não obstante, a república que temos hoje está moribunda. Os valores republicanos da República 3.0 que temos hoje em dia, os valores e as Portas que Abril Abriu, são aniquilados diariamente pela bandidagem que nos governa. Mesmo os valores que foram incutidos pela revolução que hoje se comemora, os valores da República per se, estão à beira do abismo. Cada vez nos aproximamos mais de uma plutocracia e dos não-valores da Segunda República, também conhecida por Estado Novo. E isto é perigoso. É perigoso não para os ricos: é perigoso para todos os que, diariamente, travam as suas pequenas lutas diárias trabalhando para sustentar a família, é perigoso para os pobres, é perigoso para todo o país. E é perigoso, sobretudo, para a República.
É com agrado que celebro o facto de, há cem anos, se ter consumado uma revolução republicana em Portugal. Mas é com desagrado que vejo essa mesma República Portuguesa e a sua Constituição serem espezinhadas, assim como o povo que deviam proteger.
Sem comentários:
Enviar um comentário