É muito mais facil dizer o que ele é: alguém com opiniões moldadas, alguém sempre com uma mente fechada, alguém com aversão ao diferente, alguém sempre com qualquer coisa a dizer sobre qualquer assunto, sem se perceber muito bem o que ele quer dizer e as opiniões diarréicas que tão comummente debita em colunas de opinião e no seu blog Abort... perdão, Abrupto. Do qual me recuso a colocar link, pesquisem se quiserem, mas desse senhor não ponho nada aqui. Tenho medo de conspurcar este local que se tem mantido limpinho.
Mas afinal, quem é esse ser, esse tal de "Pacheco Pereira"? Não sei. Nem tão pouco me interessa quem é esse ser que me fez mudar a fórmula de títulos de posts. Por mim era melhor que não existisse ou que ficasse obstipado de tanta raiva arrogante que tem para com todos os que pensam de forma diferente a esse objecto, esse "Pacheco Pereira". Num dos seus vómitos opinativos mais recentes, "Pacheco Pereira" revela-se um odioso odiador de artistas. Aliás, como ele escreve, de "artistas". Porque, parece, para ele, os artistas estão todos mortos. Morreu Beethoven, Da Vinci, morreu Dali (não Picasso, que era, ai Jesus valha-nos santa Engrácia, de esquerda) e morreu Greta Garbo e acabou-se a arte. A arte é aquela coisa que "artistas" como os que temos hoje (todos chupistas dos subsídios do estado, esses malandros!) não conseguem fazer, segundo "Pacheco Pereira". Segundo essa coisa em forma de senhor opinativo, os "artistas" são aquela classe numerosa (ui, são tantos tantos tantos que parecem não ter fim, já disse o Herman em tempos - outro artista) que mama na teta do Ministério da Cultura, todos eles arrogantes quando tentam ir contra eles, que não se percebe bem o que fazem da vida, que são todos uma cambada de ignorantes que não têm mais nada para fazer e que, portanto, resolvem ser "artistas". Assim, da mesma forma, também eu quero ser um "Pacheco Pereira": um ser que está sentado, a ler folhas impressas por um qualquer assistente da Assembleia da República, que de vez em quando se lembra de corrigir falhas gramaticais de ministros ou de outros deputados ou o raio que o parta, que mama da teta dos contribuintes com o seu salário de deputado, que mama na teta da Sábado com as suas colunas (invertebrais, julgar-se-ia pelo que escreve) de merda - perdoai-me a expressão e a asneira ou palavrão, como vosselência "Pacheco Pereira" quiser -, que fica sentado o dia todo a coçar os ditos que espero que de lá tenham saído produtos iguais à mãe porque se saíram ao pai coitadinhos, que participa em programas de televisão onde só ele tem razão... Assim, quero eu ser um "Pacheco Pereira". Infelizmente para mim, tenho um mínimo de amor-próprio, tenho decência e posso não ser ninguém, mas serei com certeza mais alguém que o grande, o magnífico, o glorioso, o fantástico, o fabuloso, "Pacheco Pereira", opinion-maker de profissão, idiota de hobby. Ou vice-versa, como preferir.
Porque esse tal de "Pacheco Pereira" é alguém que não merece respeito, não sabe nada sobre coisa nenhuma e oxalá o "Manifesto anti-Dantas" tivesse sido um "Manifesto anti-'Pacheco Pereira'".
Vamos aos factos, que "Pacheco Pereira" parece odiar porque, regularmente, quase sempre, diria mesmo, vão contra a sua opinião e, sendo o "Pacheco Pereira" um deus (ou achando-se como tal), é de se esperar que não goste e que se encolerize quando as coisas não correm bem para o seu lado. Por ser ateu (e comunista, veja lá, senhor "Pacheco Pereira", dupla heresia!), correndo o risco de ser alvo de toda a sua ira, vejamos uns poucos desses factos com muita atenção, atenção essa que "Pacheco Pereira" diz não existir entre o comum dos portugueses no que toca às artes (e que, por isso, são mau investimento). Sei que o ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual não concede apoios ou subsídios a qualquer um que queira fazer cinema. Há métodos de selecção de quem merece o investimento estatal ou não. Sei que a DGArtes também atribui subsídios através de candidaturas. Sei que a DGLB - Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas também atribui os seus subsídios através de concurso. Diz depois que há demasiada gente "artista". Pois, se calhar não há. Se calhar falta gente, para haver tão pouca pessoa interessada em ir aos espectáculos, como diz "Pacheco Pereira". E depois fala nas plataformas e nas redes que existem. Claro que sempre da maneira jovial e simpática com que nos habituou. Porque para ele, parece, já existem demasiados "artistas", então esses artistas decidirem associar-se, valha-nos deus, ou valha-nos "Pacheco Pereira", para o homem parece serem sinónimos. Qualquer dia resolvem fazer arte, os marotos. "Pacheco Pereira", no seu discurso demagogo, retrógrado e de profunda simplicidade e labreguice, revela que o teatro onde se deve sentir mesmo bem é o da Revista. E esse só se não fôr comparticipado pelo Estado, que o "Pacheco Pereira" tem de ser coerente de vez em quando, para parecer que o é sempre. Diz ainda "Pacheco Pereira" que os "artistas", o fazedores de cultura, são gente intocável. Pois, não o são. São gente lutadora, que souberam como e quando lutar pelo que lhes foi retirado. Mas a luta incomoda "Pacheco Pereira" porque é coisa de esquerda e é um espinho que lhe fica cravado na pata com que mata as moscas que lhe pousam no rabo.
Bem entendo "Pacheco Pereira" quando diz o que diz. Por ser tão incompetente na única coisa que faz (que pensa que faz bem), ser deputado e opinion maker, tem que dar sinais de vida, de vez em quando. Mais não seja corrigir os seus pares quando se enganam, armar-se em engraçadinho e detestar a Humanidade que não concorda com tudo o que ele diz e que não lhe beija os pés e o chão por onde passa - cerca de cinco mil novecentas e noventa e nove milhões novecentas e noventa e nove mil novecentas e noventa e seis pessoas. Mais pessoa, menos pessoa.
Quem é "Pacheco Pereira"? Não faço ideia. Mas sei que deve ser um sítio muito mau para se viver, mas um lugar muito interessante para se ser um ignorante.
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