Descobri há poucos minutos um partido político australiano que será, provavelmente, um dos partidos mais interessantes com que já me deparei. Trata-se do Senator Online e, curta e grossamente, é um partido fixe. Ora, este partido é um partido que quer dar todo o poder que puder aos seus apoiantes. Através de um registo online, a pessoa vota favorável ou desfavoravelmente em relação a determinada lei ou projecto e depois os senadores votam a lei no parlamento (algum especialista em política australiana que me corrija - é que cá é deputados e assembleia, um pouco diferente...) consoante a opinião expressa por quem participou na poll online. E eu acho isto uma grande ideia e lanço o desafio de um partido político português fazer o mesmo. Não será muito melhor deixar quem vos pôs por aí votar verdadeiramente naquilo que acha bom ou mau? Ou então, mais não seja, fazer uma dessas votações para saber a opinião dos eleitores sobre determinada matéria...
Sejamos sinceros que é para isso que nos pagam: tirando uma ou outra pessoa, todos temos um partido com o qual nos afeiçoamos. No entanto, quantas vezes não é essa afeição uma afeição errada? Digo isto por uma razão simples: nunca fomos nem seremos educados a ir ler os programas de todos os partidos, analizar todos esses programas e depois, enfim, escolher um partido em que votar. Este ano que passou há quase nove meses ficou marcado na minha existência como sendo o primeiro ano em que votei. E posso jurar por qualquer coisa que quiserem em como eu li todos os programas políticos, fiz o teste da bússola política e todo um rol de quizes nos mais diversos sítios e todos foram ao encontro daquilo que eu não tinha qualquer dúvida. Mas, no entanto, procurei informar-me. Procurei o programa político que mais se adequava às minhas ideias e ao meu pensamento. Admito frequentemente que fiquei surpreendido pela positiva com o programa do Partido Humanista e que passou a ser, quase automaticamente, a minha segunda escolha. No entanto, os resultados dos testes, a qualidade do programa e a minha própria convicção levou-me a votar no que votei e tenho a dizer que não me arrependi ainda rigorosamente nada. Não obstante, ficaria feliz se um partido eliminasse a questão do programa político e baseasse a sua votação na AR na opinião do povo. Poderiam ser necessários cerca de 10 mil votos e uma maioria absoluta de entre os votantes e, caso tal não se verificasse, à semelhança do SOL autraliano, esse partido abster-se-ia na votação. Mas pronto, já nem peço tanto, que um sistema desses complicaria muito com o sistema das pessoas, mas polls online regulares sobre determinado tema a discutir brevemente na AR seria algo muito interessante e que os partidos poderiam levar em consideração.
Confesso que muitas vezes assusta-me o facto de haver tanta demagogia. A sério, é uma coisa que me mete muito medo. E não é tanto por ser enganado e sentir-me traído pelas pessoas que representam o povo: é porque a classe política fica descredibilizada e isso é uma coisa que me apoquenta. O aumento da abstenção, o desinteresse da população pela política, o desconhecimento das ideologias (e os respectivos "fantasmas"), tudo isso são coisas que me levam a pensar que raio de Portugal encontrarei daqui a uns anos.
O povo não tem poder porque não vota em quem lhe poderá dar mais poder, é simples e não me quero demorar neste facto. Mas está tudo preparado para uma qualquer revolução. Que seja de esquerda. Porque se for de direita (para além de não dever ser chamada de "revolução" - tal é incompatível com a direita), o melhor é começar a fazer as malas.
Edit: Fiquei com vontade de ir fazer novamente o teste Political Compass e o resultado foi este:
Edit: Fiquei com vontade de ir fazer novamente o teste Political Compass e o resultado foi este:
Pela interpretação que eles dão, sou um comunista libertário. Okay.
Edit 2: Já agora, o teste português...
É agora a parte em que me surpreendem. Vá lá. Não? Pronto, okay, não...
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