Imaginem um mundo onde toda a gente tem direitos laborais iguais. Onde toda a gente recebe justamente pelo que faz para a sociedade e onde a sociedade providencia trabalho para toda a gente. Onde não há beneficiados nem prejudicados. Onde não há prémios para quem fica sentado o dia todo a mandar, mas sim para os que, com a força bruta dos seus braços ou com a sua inteligência, contribuem para o desenvolvimento do mundo.
Imaginem um mundo onde não há diferenças. Onde não há pretos nem brancos nem ciganos nem amarelos nem vermelhos nem azuis, apenas pessoas. Onde as mulheres têm os mesmos direitos que os homens. Onde não há xenofobia pela pura falta de cultura. Onde os gays, as lésbicas, os bissexuais e os transgénero têm direitos e deveres iguais aos de toda a gente. Onde não há minorias porque toda a gente é uma enorme maioria: a Humanidade.
Imaginem um mundo onde as crianças são crianças. Onde vão a uma escola perto de sua casa e aprendem bem o que devem aprender. Onde há tempo para brincar. Onde podem rir e gritar bem alto. Onde, apesar de tudo, ainda têm que comer a sopa. Onde nenhuma delas dorme na rua. Onde nenhuma delas morre à fome. Onde todas têm pais, independentemente de quem sejam, desde que as amem. Onde nenhuma delas tem medo da guerra, porque a guerra não existe. Onde são saudáveis porque estão em primeiro lugar. Onde os brinquedos lhes são dados porque fazem parte do ser criança.
Imaginem um mundo onde toda a gente acede à cultura. Onde as artes e as expressões artísticas são encorajadas. Onde a cultura é gratuita e incentivada. Onde toda a gente lê com gosto. Onde toda a gente discute o seu tema preferido. Onde toda a gente aprende um pouco com o outro. Onde toda a gente, desde o funcionário do banco até ao trolha, vai ao cinema, ao teatro, a concertos, a bibliotecas, a museus e aos edifícios mais belos. Onde ninguém se intromete na livre expressão artística nem nada a pode censurar.
Imaginem um mundo que é um todo. Onde não há guerras. Onde todos ajudam o seu vizinho. Onde não há ódios. Onde ninguém é olhado de lado. Onde há liberdade de expressão. Onde não há religião. Onde há saúde. Onde há educação universal e gratuita, até onde quiser ser levada, mas com mínimos obrigatórios. Onde a escolha de um emprego depende do gosto, não da remuneração. Onde toda a gente é informada. Onde há felicidade, da genuína. Onde toda a gente tem tudo. Onde se ouvem risos no ar. Onde as prisões reabilitam e não afastam ou matam. Onde cada pessoa, apesar de igual, é única. Onde toda a gente contribui para o mundo. Onde se compreende o que está mal e se tenta corrigir, nunca sacrificando ninguém. Onde as pessoas podem ser Humanos e parte da Humanidade e parte do Mundo.
Imaginem um mundo que, com o esforço de toda a gente, com a ajuda de toda a gente, é possível. Onde não basta acreditar, mas fazer.
Imaginem que tudo isto é verdade. Não é difícil.
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