Fins do século XXI. Depois de uma longa sucessão de guerras e invasões, de mortes, de carências e de autoritarismo, os Estados Unidos Mundiais já não conseguem governar o mundo inteiro como o fizeram nos 25 anos passados. Para o Presidente dos EUM, toda a gente é suspeita de conspiração contra o governo e as prisões estão já sobrelotadas e começam a ser criadas autênticas “cidades de concentração” – Manhattan, Sevilha, Madeira, Versalhes, Munique e Pretória são as principais cidades-prisão. À custa de mais de um terço da população mundial, e no espaço de 20 anos, os Estados Unidos da América passaram a deter o monopólio de todo o mundo, começando pelos países do médio-oriente, passando pelos países socialistas da América Latina, por África e pelo Commonwealth, até chegar, finalmente, à Europa e Ásia. Aqui começou a haver uma maior resistência e o que era agora a União Imperial de Estados Federados (com um contra-senso nominal entre “Imperial” e “Estados Federados”) e a União Maoísta do Oriente e a Nova União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Unindo esforços militares, económicos e territoriais, a UMO e a NURSS formam a União das Repúblicas Socialistas Resistentes.
Dá-se, então, aquilo que foi chamada de 3ª Guerra Mundial. De um lado a UIEF, do outro a URSR. Acaba, então, com o bombardeamento atómico de toda a região da URSR, acabando assim com a vida de 3,5 mil milhões de pessoas. Começa, então, um movimento de resistência, quieto, clandestino, silencioso. Todos sabiam dele, todos o calavam.
Muda-se então o nome. São agora os Estados Unidos Imperiais. E na Antiga Itália milhares são presos por pertencerem ao Movimento Rossi, um movimento de resistência e de apoio à URSR obliterada. Passa a haver um novo macartismo e uma nova caça à bruxa comunista. Todos o podem ser. Só que desta vez ninguém denuncia o vizinho. Eles também o são. É preciso conquistar o povo.
Passa então a Estados Unidos do Mundo, dois meses depois alterado para Estados Unidos Mundiais. Os Estados (Antigos Países, como está descrito na Constituição) passam a ter uma soberania relativa. Há um boom na resistência. As ruas são patrulhadas sob o falso pretexto da “soberania de cada Estado” e, mais uma vez, milhares são presos, todos os dias. Há, então, a criação das tais “cidades-prisão” ou “cidades de concentração”. Para o governo, não resultou a separação relativa dos Estados. Portanto, volta-se a unir tudo.
Há um segundo boom na resistência. Para se conseguir prender toda a gente que pertence a este ou àquele grupo de resistentes pouco menos de metade do mundo teria que ir para trás das grades.
O movimento mais antigo continua a ser o Movimento Rossi. Para o governo, não há resistência alguma e é essa a imagem que tentam passar. Não há Resistência, só Rossi e, mesmo esses, são muito raros. Por cada carro incendiado à porta da Casa Branca, foi uma só pessoa a fazê-lo, portanto, são só cerca de vinte. São já 1,5 mil milhões de pessoas, sem contar com simpatizantes.
O problema é a organização para o derrube do mundialismo fascista. Os mensageiros acabam por ser sempre mortos, as comunicações não podem ser feitas por telefone sob pena de serem escutadas e o correio é aberto. A internet tem a criação de novas páginas e blogues cortada desde 2054 e os canais de televisão estão protegidos por milhares e milhares de soldados.
Mas não se lembraram da rádio, tão revolucionária e tão ousada. E já tão pouco usada. Já nem se vendem desses aparelhos.
Um grupo de 22 jovens dos Rossi decidem retomar a prática de rádio, clandestinamente, e esperar que alguém os ouça. Para a ocupação de um edifício abandonado de uma rádio, algures numa cidade de concentração das mais pequenas, na América do Sul, perdem-se 14 desses jovens, ou capturados ou mortos.
Os oito restantes conseguem, então pôr uma estação a funcionar e, através do “passa a palavra” em breve terão um mundo inteiro a ouvir as suas mensagens, através da fundação de mais e mais rádios clandestinas e com a distribuição de kits de montagem de aparelhos de recepção. No entanto, são descobertos pelo governo e torna-se indispensável que a transmissão passe a ser feita em movimento e a maioria das rádios são fechadas e os seus ocupantes presos. Mas isso não impede que se faça uma revolução, pois os soldados começam, aos poucos, a ignorar ordens que lhes são dadas e a declarar que as pessoas que perseguiam conseguiram escapar. Com o exército a ficar do lado da Resistência, o Movimento Rossi, através das mensagens pela rádio, consegue convocar um bombista profissional, um ex-membro do governo, um pequeno contingente de soldados, um arquitecto, um escritor e um número ilimitado de apoiantes para o maior espectáculo das suas vidas – a destruição da Casa Branca, o derrube do governo, a restauração da independência de cada Antigo País e, o mais importante, a liberdade de cada um. Com o Presidente raptado, as mais altas patentes do principal exército dominadas e com o maior envolvimento popular que a História já conheceu, a revolução é levada avante e o governo cai. Sendo aplaudidos pelo mundo inteiro, o Movimento Rossi restaura a independência de cada país e começa a reconstrução da destruída URSR, pelas mãos de um mundo.
Dá-se, então, aquilo que foi chamada de 3ª Guerra Mundial. De um lado a UIEF, do outro a URSR. Acaba, então, com o bombardeamento atómico de toda a região da URSR, acabando assim com a vida de 3,5 mil milhões de pessoas. Começa, então, um movimento de resistência, quieto, clandestino, silencioso. Todos sabiam dele, todos o calavam.
Muda-se então o nome. São agora os Estados Unidos Imperiais. E na Antiga Itália milhares são presos por pertencerem ao Movimento Rossi, um movimento de resistência e de apoio à URSR obliterada. Passa a haver um novo macartismo e uma nova caça à bruxa comunista. Todos o podem ser. Só que desta vez ninguém denuncia o vizinho. Eles também o são. É preciso conquistar o povo.
Passa então a Estados Unidos do Mundo, dois meses depois alterado para Estados Unidos Mundiais. Os Estados (Antigos Países, como está descrito na Constituição) passam a ter uma soberania relativa. Há um boom na resistência. As ruas são patrulhadas sob o falso pretexto da “soberania de cada Estado” e, mais uma vez, milhares são presos, todos os dias. Há, então, a criação das tais “cidades-prisão” ou “cidades de concentração”. Para o governo, não resultou a separação relativa dos Estados. Portanto, volta-se a unir tudo.
Há um segundo boom na resistência. Para se conseguir prender toda a gente que pertence a este ou àquele grupo de resistentes pouco menos de metade do mundo teria que ir para trás das grades.
O movimento mais antigo continua a ser o Movimento Rossi. Para o governo, não há resistência alguma e é essa a imagem que tentam passar. Não há Resistência, só Rossi e, mesmo esses, são muito raros. Por cada carro incendiado à porta da Casa Branca, foi uma só pessoa a fazê-lo, portanto, são só cerca de vinte. São já 1,5 mil milhões de pessoas, sem contar com simpatizantes.
O problema é a organização para o derrube do mundialismo fascista. Os mensageiros acabam por ser sempre mortos, as comunicações não podem ser feitas por telefone sob pena de serem escutadas e o correio é aberto. A internet tem a criação de novas páginas e blogues cortada desde 2054 e os canais de televisão estão protegidos por milhares e milhares de soldados.
Mas não se lembraram da rádio, tão revolucionária e tão ousada. E já tão pouco usada. Já nem se vendem desses aparelhos.
Um grupo de 22 jovens dos Rossi decidem retomar a prática de rádio, clandestinamente, e esperar que alguém os ouça. Para a ocupação de um edifício abandonado de uma rádio, algures numa cidade de concentração das mais pequenas, na América do Sul, perdem-se 14 desses jovens, ou capturados ou mortos.
Os oito restantes conseguem, então pôr uma estação a funcionar e, através do “passa a palavra” em breve terão um mundo inteiro a ouvir as suas mensagens, através da fundação de mais e mais rádios clandestinas e com a distribuição de kits de montagem de aparelhos de recepção. No entanto, são descobertos pelo governo e torna-se indispensável que a transmissão passe a ser feita em movimento e a maioria das rádios são fechadas e os seus ocupantes presos. Mas isso não impede que se faça uma revolução, pois os soldados começam, aos poucos, a ignorar ordens que lhes são dadas e a declarar que as pessoas que perseguiam conseguiram escapar. Com o exército a ficar do lado da Resistência, o Movimento Rossi, através das mensagens pela rádio, consegue convocar um bombista profissional, um ex-membro do governo, um pequeno contingente de soldados, um arquitecto, um escritor e um número ilimitado de apoiantes para o maior espectáculo das suas vidas – a destruição da Casa Branca, o derrube do governo, a restauração da independência de cada Antigo País e, o mais importante, a liberdade de cada um. Com o Presidente raptado, as mais altas patentes do principal exército dominadas e com o maior envolvimento popular que a História já conheceu, a revolução é levada avante e o governo cai. Sendo aplaudidos pelo mundo inteiro, o Movimento Rossi restaura a independência de cada país e começa a reconstrução da destruída URSR, pelas mãos de um mundo.
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