2010/04/27

Presidencialismos

Não vale a pena estar aqui a debater a minha orientação política. Sou de esquerda e basta saberem isso. Mas acho engraçado o que vem sendo dito em praça pública pelos defensores dos vários candidatos presidenciais à esquerda e mesmo pelos defensores de Cavaco Silva. A premissa é sempre a mesma:

"Nobre, Alegre e o candidato do PCP vêm dividir a esquerda que se deveria unir para derrotar a direita de Cavaco."

Há alguém que não percebe muito bem como é que as presidenciais funcionam. Em traços (muito) gerais, candidatam-se X candidatos e é só preciso que um deles tenha 50% ou mais dos votos para ser Presidente da República Portuguesa. Se não tiver 50% dos votos, passa a uma segunda volta com o segundo candidato mais votado, independentemente da percentagem de votos que este tenha! O mais votado até pode ter 49% e o segundo mais votado só 10%, mas vai este a uma segunda volta, ponto final.
Se aquelas candidaturas todas vão dividir a esquerda? Pois, talvez... Mas, parece-me, Fernando Nobre ainda vai repenicar umas coisitas à direita, assim como, talvez, Manuel Alegre (se tiver o apoio do PS). Com isto tudo, com um candidato cívico, um que está para vir de uma espécie de esquerda e com um outro de esquerda mais para o extremo, provavelmente dirá que são divisoras da esquerda quem tem medo que o candidato do PCP vá retirar votos ao candidato preferido... Será?
Eu, por enquanto, sei em quem vou votar. Talvez mude, talvez não. Mas tenho a certeza que vou votar naquele que, segundo a minha ideologia, me parece que vá fazer bem ao país. E mais não digo.

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